A propaganda em Petrópolis

         

A PROPAGANDA NO BRASIL
O inicio da propaganda no Brasil, é a partir de 1808 com a chegada da corte real portuguesa. E da criação da imprensa oficial por meio da Gazeta do Rio de Janeiro. Neste primeiro momento da imprensa os anúncios em sua grande maioria eram de moradias por conta da necessidade de instalação de todos os colonos que chegavam vindos de Portugal, fugidos da invasão de Napoleão.
Esse pequenos textos que mais a frente serão denominados de classificados eram oferecidos os mais diversos serviços, de professores até a venda de escravos. Paralelamente a propaganda escrita nos jornais, existia o comércio nas ruas, escravos e portugueses vendiam mercadorias, funilarias e vassouras e sempre vendendo seus produtos de uma maneira muito própria assim como nas feiras nos dias de hoje.
Outra forma de propaganda que surge a partir da segunda metade do século XIX no Brasil são os painéis de rua que tinham o predomínio de anúncios de senhores de escravos desesperados em busca de escravos fugitivos, ou anúncios de locação de serviços, ou aluguel de escravos para serviços específicos. Outros anúncios que merecem ser destacados eram as bulas de remédios geralmente caseiros onde charlatões ofereciam a cura de vários malefícios.
A partir de 1875, com os jornais, Mequetrefe e o Mosquito inicia-se a propaganda ilustrada com desenhos litogravuras e logotipos que passaram a ocupar um espaço cada vez maior nas publicações desde então. Os ilustradores de maior destaque na época Julião Machado Bambino e Belmiro de Almeida que eram da revista ilustrada participaram destas publicações.
Os grandes anunciantes destas publicações eram hotéis, lojas de confecções, fabricantes de remédios, ferragens, secos e molhados, casas comissárias (faziam o comercio do café), cigarros e cervejas estrangeiras e nacionais. Os anúncios mais famosos nestas publicidades usadas pela Cia. Souza Cruz, que utilizavam modelos despidas em suas carteiras de cigarros como forma de atração das pessoas. Como ainda nos anos 1920, a propaganda não era uma atividade profissional, a melhor maneira ainda continuava sendo o boca a boca , onde os consumidores elogiavam para amigos, e vizinhos dos anúncios que mais haviam chamado atenção.
Um povo fez grande sucesso com suas mercadorias no interior do Brasil foram os turcos. Os caixeiros-viajantes, cuja publicidade de seus produtos era famosa principalmente na divulgação cliente a cliente. Um slogan cantado ficou muito celebre no centro do Reio de Janeiro, na rua da Carioca “Casa Edison de Rio de Janeiro, Casa Edison de Rio de Janeiro”
Nos anos 1930, com o estabelecimento de diversas empresas estrangeiras como a J. W Thompson (1929) e a McCann-Erickson (1935) a propaganda brasileira adquiriu um caráter mais agressivo:
“Basta ser rapaz direito para ter crédito na exposição”.
“Brasil precisa de sangue bom! Tome elixir de Nogueira”.
Ainda nos anos 1930 a propaganda ganha um importante aliado por meio do rádio destaca-se neste processo de difusão o rádio, tendo a Agência Ayer o pioneirismo nesta etapa colocando suas vozes mais famosas na locução destes anúncios por mei0o de jingles de fácil memorização e assimilação da marca. Entre as vozes que divulgavam estes anúncios destacam-se Francisco Alves, Cesar Ladeira, Carmem Miranda.  Com o fim da segunda guerra Mundial, chega ao Brasil todo a difusão comercial norte americana, que tinha como principais produtos os eletrodomésticos para as chamadas mulheres modernas.
Nos anos 1950, com o surgimento da televisão, a publicidade teve uma forte difusão, ganhando destaque às chamadas “garotas propaganda” que tinham a função de ganhar a simpatia e cumplicidade do telespectador para o produto. Neste mesmo período é criada a Escola de propaganda em São Paulo. A partir de  1960 ocorre cada vez mais um aprimoramento nestas peças publicitárias destaca-se a Camélia Flores e muitos outros que passavam a funcionar como esquetes de alguns minutos.

A publicidade que o rádio introduz, sofre com o que Morin vai chamar de mecanismo de adaptação ao publico, e vice e versa, sendo aceito por varias camadas da sociedade. O que a publicidade  queria era atingir o maior publico possível, caracteriza-se, portanto como uma cultura de massas, onde o produto não era mais de uma parcela da sociedade, passando a ser um elemento identificador para o mercado consumidor.
A cultura de massas é, portanto, o produto de uma dialética produção consumo, no centro de uma dialética global, que é a sociedade em sua totalidade. Outro fator a ser lembrado nestas propagandas são as letras dos jingles, que sempre muito alegres e descontraídas facilitaram ao consumo se tornando popular de uma maneira muito rápida.
PROPAGANDA NA IMPRENSA PETROPOLITANA
A inicio da publicidade na imprensa de Petrópolis seu a partir da década de 1850. Com características presentes na imprensa do Rio de Janeiro. Os jornais pioneiros na cidade eram o Mercantil, O Parayba e O Arauto. As publicações tinham temas dos mais variados desde anúncios de costureiras até anunciados de aluguel de empregados.
                                              
A maioria dos anúncios neste período na cidade apresenta o desenvolvimento social que a cidade passava o período e o campo que estava com maior crescimento era o de prestação de serviços que eram maioria nestes anúncios de publicidade.
A partir de 1870 e 1880, os anunciantes disputavam para serem fornecedores da família imperial, o que lhes dariam direito de utilizar o brasão da família imperial em seus anúncios nos jornais. Os anúncios já possuíam gravuras que tinham um realce nos clichês a maioria em madeira esculpida a mão (eram litogravuras).
Com a criação dos guias ocorre uma grande melhoria e aperfeiçoamento das tipografias como a Viard, Silva & Cia, que publicava o mais famoso guia de Thomas Cammeron que tinha todo um cuidado especial com as publicações e a impressão em um papel próprio para estas publicações. A partir do séculos não acontecem grandes mudanças num primeiro momento nestas publicações.Apenas os pequenos anúncios que figuravam entre a primeira e segunda página, passaram a ser colocados na terceira e quarta página.
Em 1910, começa a surgir uma grande variedade de tipos gráficos·, que tinham como grande função atrair cada vez mais clientes. Começa também neste período a ganhar destaque as publicações de teatro e cinema que figuravam nas últimas páginas destas publicações, destacam-se também as publicações que tinham gravuras como as que anunciavam elixires, relógios e bebidas.
A Tribuna de Petrópolis, a partir de 1908 data que marca as inserções diárias destas propagandas no jornal. Todo dia 1º de janeiro Artur Barbosa publicava uma edição comercial completa.
Ao longo dos anos as publicações foram cada vez mais se aprimorando, a partir dos anos 20 as publicações ganham  um grande aprimoramento. Já nos anos 50 o grande avanço é a apresentação das gravuras feitas por tipos gráficos realizados a partir do Jornal de Petrópolis por Ondona. Nos anos 60 e 80, as publicações mantém certo padrão de imagem, nos anos 80 na era de Francisco de Orleans e Bragança ocorre uma grande modernização do parque gráfico e em toda a estrutura do jornal. Nos anos 90 ocorre uma mudança nas cores e na composição do jornal.















3-RFERÊNCIAS
   MORIN, Edgar. Cultura de Massas no séc. XX . Forense Universitaria, 6 ed. São Paulo 1981.
Tribuna de Petrópolis, publicação referente aos seus 100 anos   

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